terça-feira, 8 de outubro de 2013

100 mil marcham no Rio pela educação


A noite desta segunda-feira (7) ficará marcada por ter sido palco da maior manifestação realizada até o momento após as jornadas de junho. Milhares de pessoas saíram às ruas do Rio de Janeiro para apoiar o protesto dos professores estaduais e municipais, que lutam por melhores estruturas no plano de carreira e condições de trabalho. A solidariedade também se estendeu até São Paulo, onde os manifestantes também apoiaram a luta dos profissionais da educação.
Maior protesto após jornadas de junho reúne milhares de pessoas em apoio aos professores
Solidariedade aos profissionais da educação do estado do Rio de Janeiro, em greve há 2 meses, se estendeu a São Paulo
Na cidade do Rio de Janeiro, manifestantes incendiaram um ônibus e o Clube Militar, ambos no centro. Bombas foram atiradas contra o prédio do Consulado dos EUA. O edifício Serrador, onde fica a sede da EBX, holding do empresário Eike Batista, teve as vidraças quebradas por pedras.
Os professores do Rio estão em greve desde o dia 8 de agosto. Há estimativas de que a greve conta com uma aderência de 81% das escolas da rede municipal.
O governo manteve a proposta de reajuste salarial de 5% acima da inflação em 2014, seguido de 6% em maio de 2015 e 7,69% até 2023.
A categoria, porém, decidiu continuar com a paralisação em assembleia no dia 4 de outubro, reivindicando que o primeiro reajuste seja efetuado até, no máximo, o início do ano que vem.
A pauta dos professores passa também pelo fim da lógica do professor polivalente e da meritocracia, o que estimula a aprovação automática.
São Paulo - No centro da capital paulista, adeptos da tática Black Bloc viraram um carro da Polícia Civil na avenida Rio Branco e bancos foram depredados. Um grupo de manifestantes se concentrou em frente ao Teatro Municipal enquanto outro, formado por educadores, se reuniu no vão do MASP. Após se encontrarem, seguiram juntos até a Secretaria Estadual de Educação. Houve confronto com a polícia e o ato foi dispersado.
Manifestações em defesa da educação pedem fim da repressão aos professores no Rio
A greve de professores das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro por melhores condições de trabalho completou dois meses nesta terça-feira (8). A categoria pressiona o prefeito Eduardo Paes e o governador Sergio Cabral, ambos do PMDB, contra a aprovação do plano de carreira, que para eles tem caráter meritocrático e produtivista.
Em apoio, manifestações em Defesa da Educação Pública e contra a repressão aos professores no Rio de Janeiro aconteceram nesta segunda-feira (07) em várias partes do país.
A coordenadora geral do Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe), Gesa Corrêa, diz temer a criação de ambientes competitivos que em nada contribuem com o processo educacional. “É todo um ataque contra os profissionais de educação, não são só professores, são professores, merendeiras, serventes, setores. O que a gente reivindica é simplesmente um plano de cargos e salários que possa ser unificado, que contenha todos os trabalhadores da educação. A nossa reivindicação não é só salarial", explica.
Fonte: Jornal Brasil de Fato 

Coordenadora do Sepe diz que passeata reuniu cem mil

A coordenadora geral do sindicato, Ivonete Conceição da Silva, estimou em cem mil o número de participantes.
Ela agradeceu o apoio e conclamou os manifestantes a seguir em passeata até os arredores da Assembleia Legislativa do Estado, onde um grupo de professores estava acampado. "Queremos agradecer a todos que foram solidários aos professores nesse momento. Mostramos que não nos rendemos."
Também o SBT Rio, em sua página no Facebook, estimou ontem em 100 mil o número de manfestantes: "Manifestação em apoio aos professores lota o centro do Rio. Mais de 100 mil pessoas já estão nas ruas e o número não para de aumentar." 
A PM e a grande mídia, como sempre, tentaram subestimar a mobilização e a participação popular. 
Com informações das agências de notícias

Rebelião popular em defesa da educação no Rio de Janeiro

Na noite de ontem, cem mil pessoas tomaram as ruas do Centro do Rio de Janeiro para protestar contra a onda de violência desencadeada pela polícia do Rio contra os profissionais da educação em greve. Ao se defrontarem com as tropas de repressão do Estado fascista, as massas responderam à altura e mostraram quem dá as ordens.
Os manifestantes chegaram a tentar retomar o prédio da Câmara de Vereadores, de onde os trabalhadores foram covardemente expulsos pela PM. Pedras, paus, bombas, morteiros, coquetéis molotov e rojões foram atirados contra os agentes de repressão, que dessa vez, recuaram a não mostraram metade da coragem que tiveram ao atacar as massas na semana anterior. 

‘Rebelar-se é justo’

Por Rafael Gomes Penelas
Na manhã desta terça, 8 de outubro, os jornais do monopólio da imprensa do Rio estampam em letras garrafais: “Vandalismo”, “baderna”, “virou rotina”, etc. Os telejornais gastam generosos minutos para engrossar o coro acusando os “mascarados” e “infiltrados” de promoverem os tais “quebra-quebra”. Porém, a realidade trata de desmenti-los.
Quem estava no Centro do Rio de Janeiro na noite de ontem, dia 7, se deparou com uma massa de dezenas de milhares de pessoas que, com faixas, cartazes, instrumentos musicais e muita criatividade, se concentraram na Candelária e levaram suas palavras de ordem em defesa da educação pública. Os profissionais exigiam melhores salários, condições de trabalho dignas e em repúdio às políticas dos gerenciamentos Eduardo Paes e Sérgio Cabral. Os estudantes, que compareceram em peso, também reivindicavam seus direitos e demonstravam incondicional apoio aos seus professores.
Fogos de artifício iluminavam a noite enquanto trabalhadores jogavam papéis picados das janelas dos edifícios da Av. Rio Branco na tradicional saudação às manifestações populares.
Entre as inúmeras faixas, destacava-se uma enorme da Frente Independente Popular (FIP) com a inscrição ‘Fora Cabral e a farsa eleitoral’. Diversos escudos foram confeccionados pelos jovens. Alguns deles estampavam fotos de lutadores do povo, como o professor Renato Nathan, liderança camponesa assassinada em 9 de abril do ano passado em Rondônia. Outros escudos estampavam fotos da luta e palavras de ordem de combate: ‘Mulher bonita é a que luta’, ‘Rebelar-se é justo’, ‘A rebelião do povo se justifica’, ‘União do povo! Fora Globo’. Os grupos de ‘Black Blocs’, que têm feito vigorosa defesa das passeatas contra a repressão policial, ganharam a ajuda dos ‘Black Profs’, os professores BB.
Outras categorias se incorporaram na manifestação levantando suas bandeiras, que iam desde reivindicações econômicas até as mais políticas. Ativistas da Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo (FRDDP) distribuíram panfletos com o título ‘O Brasil precisa de uma Grande Revolução!’. Os leilões do petróleo foram duramente criticados.
“Saúde, educação, transporte e melhores condições de vida. Tudo está errado neste país. Nós vamos protestar e o que ganhamos? Porrada e bomba da polícia! Eles acham que podem nos deter com repressão, que se danem! Nós vamos continuar nas ruas”,disse à reportagem de AND a aposentada Maria José, que concluiu: “Esses meninos de preto merecem nosso respeito, têm coragem de peitar esses brutamontes da PM”.
“O povo tem o legítimo direito de se rebelar contra as injustiças que sofre diariamente. Precisamos elevar nossas lutas e apontar um caminho conseqüente para nossas lutas. O que este país precisa é mudar radicalmente e só através de uma revolução nós conseguiremos isso”, afirmou uma militante do Movimento Feminino Popular (MFP).“Gostaríamos de ressaltar a presença das companheiras mulheres na linha de frente das passeatas!”.
Antes de tudo, vale ressaltar que os jovens “encapuzados” ganharam a simpatia de muitos professores, sendo aplaudidos em vários momentos e recebendo agradecimentos por terem feitos a autodefesa das últimas manifestações em que a PM atacou de forma covarde e vários profissionais ficaram feridos. Portanto essa história de “infiltrados” nos protestos, só se for os policiais e os P2s.
Os primeiros confrontos aconteceram na Rua Evaristo da Veiga, na Cinelândia. Jovens cercaram a Câmara Municipal e arremessaram paus, pedras, rojões e coquetéis molotov contra a fachada e o interior do edifício. Ao contrário do que diz o monopólio da comunicação, vendido aos governos corruptos, não era uma “minoria” que protagonizou os confrontos, e sim milhares de jovens que escondiam seus rostos para preservar sua identidade contra a perseguição. Quem lá estava pode ver isso claramente.
Os muros da Câmara ficaram completamente recheados de inscrições políticas. As ruas do Centro novamente viraram campo de batalha. Inúmeras agências bancárias e grandes lojas, símbolos do capital, foram destruídas pelos jovens. A tropa de choque formou uma fila e também foi alvejada por bombas caseiras. Indiscriminadamente, os agentes de repressão lançaram bombas contra os professores e atingiram muitas pessoas que passavam pela região.
Várias barricadas, um ônibus e cabines foram incendiados. Mais coquetéis molotov (bomba fartamente utilizada em protestos no mundo inteiro) foram arremessados contra o consulado do USA e contra o Clube Militar, que também teve sua fachada completamente destruída.
Os jornais da burguesia amanheceram preocupados, pois, na verdade, o que eles e seus patrões temem é o aumento da revolta popular.
Fonte: A Nova Democracia

Ato unificado em defesa da educação

A passeata em defesa da educação e contra as violências do Estado reuniu dezenas de milhares de pessoas, que tomaram a Avenida Rio Branco para protestar contra a repressão da polícia militar contra as manifestações e o livre direito de expressão. No final do ato, quando os manifestantes já se encontravam na Cinelândia, conflitos violentos entre policiais militares e grupos de manifestantes mostrou que, mais uma vez, o aparato de segurança do governo do estado não tem condição de atuar em protestos desta natureza: bombas de efeito moral, gás de pimenta e repressão violenta dos policiais acabaram atingindo vários profissionais de educação e manifestantes que participaram do ato para apoiar a educaçao pública estadual e municipal.
A passeata foi feita de forma pacífica, com militantes de vários segmentos da sociedade civil, profissionais de educaçao e estudantes tomando as ruas para mostrar o seu apoio aos educadores das redes estadual e municipal, que tem sofrido com a violência dos policiais de choque em manifestaçoes recentes. Já no final do trajeto, a confusão irrompeu em meio a conflitos entre grupos de manifestantes que participavam do ato e policiais que lançaram dezenas de bombas e atacaram a multidão com gás de pimenta, o que provocou correria e confusão, com pessoas sofrendo com o efeito do gás e das bombas lançadas pelos policiais.
Um ato realizado ontem no Centro de São Paulo em apoio aos estudantes que promovem uma ocupação na reitoria da USP e aos profissionais de educação das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro, também sofreu com um confronto entre policiais militares e grupos de manifestantes. A passeata, que foi realizada depois do ato, trazia faixas com apoio às lutas dos profissionais do estado e do município do Rio de Janeiro e contra a repressão policial promovida pelosgovernos contra o livre direito à manifestação.
Fonte: SEPE

O Blog Efisiência e responsabilidade na Gestão Pública reproduz artigo postado por: http://www.rededemocratica.org/index.php?option=com_k2&view=item&id=5263:100-mil-marcham-no-rio-pela-educa%C3%A7%C3%A3o

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